INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Olá amigos,

Esse blog é um espaço para a divulgação de notícias de uma forma geral envolvendo todo tipo de matéria sobre a comunicação e marketing católico.

Nos propomos a pesquisar tudo o que existe de matérias sobre a comunicação e marketing católico na web e em outras fontes de comunicação, concentrando-as nessa ferramenta que agora estamos disponibilizando, de forma a facilitar a pesquisa e coleta de informações pelas PASCOM de todas as Paróquias espalhadas pelo Brasil afora. Será também um espaço para divulgação de notícias das próprias PASCOM.

Dessa forma, esperamos que seja um meio onde se poderá encontrar, num só lugar, qualquer matéria publicada que envolva a comunicação e marketing dentro da nossa querida Igreja Católica.

Ajude-nos informando sobre suas atividades, eventos, seminários, encontros, retiros etc, que envolvam os meios de comunicação dentro da sua Paróquia, Vicariato ou Diocese.

Vamos à luta, com a graça de Deus e a força do Espírito Santo, pois COMUNICAÇÃO É EVANGELIZAÇÃO !

Por: José Vicente Ucha Campos

Contato:
jvucampos@gmail.com

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Religião na época da globalização - Crer sem pertencer

Entrevista com o professor Joan-Andreu Rocha Scarpetta
Os jornalistas que informam sobre as religiões encontram-se frequentemente sem fontes confiáveis. Também enfrentam realidades complexas sem dispor de instrumentos para analisá-las e com linguagens críticas e difíceis de transmitir ao público. O resultado é uma informação religiosa que não alcança a qualidade suficiente.
Um seminário para jornalistas, organizado pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS) em São Paulo, analisou este tema nos dias 8 e 9 de setembro. Entrevistamos um dos expoentes que apresentou a “radiografia” das religiões no mundo, o Prof. Joan-Andreu Rocha Scarpetta, vice-decano de jornalismo da Universidade Abat Oliba CEU, de Barcelona.
Rocha, que dirige em Roma o mestrado em “Igreja, Ecumenismo e Religiões” no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, sublinha a “lightização” da religião e a tendência a “crer sem pertencer”, duas chaves para entender as tendências sociais.
“As religiões têm maneiras privilegiadas de comunicar-se, o que não significa que seus líderes ou representantes tenham de ser especialistas mediáticos”, indica Rocha, que trata do vínculo entre comunicação e religiões no curso “Mídia, Ecumenismo e Religiões” na Pontifícia Universidade Gregoriana.



As religiões se globalizaram. Isso é positivo?
Rocha: A globalização produziu o desaparecimento das fronteiras religiosas e as religiões mundiais hoje estão presentes em todos os lugares.
Produziu-se o que os sociólogos chamam de um “passo da religião à espiritualidade”: as formas tradicionais religiosas de adesão estão mudando e se passa, em alguns contextos, de uma experiência religiosa organizada a uma forma de fé e de espiritualidade personalizada, o que eu chamaria de “lightização” da religião, por seu aspecto “light”, superficial.


Tão “light” é a religião, que crença e prática se diluem. Estaria de volta o “sou crente, mas não praticante”?
Rocha: Hoje se torna mais evidente que se crê sem pertencer e se pertence sem crer: a maioria das religiões enfrenta a polarização de ter pessoas espirituais que não pertencem a tradições religiosas e membros culturais que não são crentes.
Volta-se às identidades religiosas. Diante de um panorama de incerteza cultural, as identidades religiosas tendem a definir-se de maneira extrema: fundamentalismo ou transcendentalismo místico.
Comunicativamente, dá-se uma tendência interessante: o ágora mediático se converteu em um novo espaço para os encontros religiosos.
Outra característica das religiões hoje é a tensão entre duas formas de representação religiosa: a institucional e a carismática, nem sempre em harmonia. E isso pode confundir os comunicadores.


-Os jornalistas que se ocupam de religião estão trabalhando mal?
Rocha: Há excelentes profissionais que fazem a cobertura da religião de forma exemplar, mas também há muitos clichês. Quando falo com jornalistas que se ocupam de religião, costumo sugerir-lhes sempre que, ao fazer informes ou artigos sobre a temática religiosa, não se esqueçam do aspecto de pluralidade nas tradições religiosas, que contêm uma grande multiplicidade de grupos e sensibilidades.
Neste sentido, um evento como o de São Paulo é muito pertinente, pois os jornalistas carecem de estratégias, dados, contexto… E para os que lideram as comunidades, seria útil saber do que um jornalista precisa, o que não costuma ser uma homilia completa, mas uma manchete; e alguém a quem poder recorrer, que retorne as ligações, que lhe trate bem e não fuja dele.


Existem jornalistas que consideram as religiões como estáticas e fora de moda.
Rocha: As tradições religiosas estão vivas; são mutáveis e dinâmicas. Um jornalista não deveria só prestar atenção nas crenças dos grupos religiosos, mas em como estas são colocadas em prática. E verá como não são estáticas.
Além disso, verá que contêm elementos de comunicação: uma mensagem, muitas vezes um profeta, um livro… Mas em si, estes elementos não se integram no mundo mediático; é preciso procurar a forma de canalizá-los.
As religiões têm maneiras privilegiadas de comunicar-se, o que não significa que seus líderes ou representantes tenham de ser especialistas mediáticos. Uma esperança são os informadores que se dedicam à religião, tarefa que, se bem feita, torna-se um benefício enorme para a religião e para a qualidade da mídia.
Fonte : Zenit