INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Olá amigos,

Esse blog é um espaço para a divulgação de notícias de uma forma geral envolvendo todo tipo de matéria sobre a comunicação e marketing católico.

Nos propomos a pesquisar tudo o que existe de matérias sobre a comunicação e marketing católico na web e em outras fontes de comunicação, concentrando-as nessa ferramenta que agora estamos disponibilizando, de forma a facilitar a pesquisa e coleta de informações pelas PASCOM de todas as Paróquias espalhadas pelo Brasil afora. Será também um espaço para divulgação de notícias das próprias PASCOM.

Dessa forma, esperamos que seja um meio onde se poderá encontrar, num só lugar, qualquer matéria publicada que envolva a comunicação e marketing dentro da nossa querida Igreja Católica.

Ajude-nos informando sobre suas atividades, eventos, seminários, encontros, retiros etc, que envolvam os meios de comunicação dentro da sua Paróquia, Vicariato ou Diocese.

Vamos à luta, com a graça de Deus e a força do Espírito Santo, pois COMUNICAÇÃO É EVANGELIZAÇÃO !

Por: José Vicente Ucha Campos

Contato:
jvucampos@gmail.com

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Oriente Médio: Uma "Cidadela de Meios de Comunicação"

ROMA, quarta-feira, 27 de outubro de 2010 (ZENIT.org)

Dois importantes meios televisivos libaneses - Télé Lumière e o satélite correspondente, NourSat - impulsionam um projeto denominado "cidadela de meios de comunicação". A iniciativa católica se estende agora a todo o Oriente Médio.
A nova estrutura editorial acolherá dois grandes meios audiovisuais da Igreja no Oriente Médio, três emissoras de rádio, um jornal, uma revista e diferentes sites informativos, segundo anunciou o Sìnodo dos Bispos para o Oriente Médio no último final de semana.
O ato de colocação da primeira pedra desta cidadela aconteceu no dia 1º de outubro de 2008, com a assistência dos patriarcas do Oriente. A sede está situada em um complexo doado pela Igreja Maronita, que abrange 27 quilômetros quadrados.
O projeto é apoiado pela Assembleia de Patriarcas Católicos do Oriente, pelos bispos e pelos superiores gerais das comunidades católicas do Líbano.
A nova cidadela se situa na região de Fatka, na circunscrição de Kesrwan, em uma das mais espetaculares montanhas que mostram a costa libanesa, acima da cidade de Jounieh, entre Fatqa e Biblos.
O projeto prevê três blocos de edifícios. No centro, terá uma grande igreja aberta a todas as dominações cristãs.
Uma seção contará com oito estúdios de televisão, um teatro interno com 700 lugares, três salas de conferências, seis salas multifuncionais, um instituto de música e um de gravação, um centro de pesquisas teológicas, um espaço para exercícios espirituais e retiros, sem contar com os serviços para empregados e visitantes.
Na mesma seção se situarão três estações de satélite, uma para Noursat e duas para Nour al-Shabab e Nour al-Sharq, uma biblioteca, um museu e um centro para a preparação e formação em novas profissões de comunicação.
Em uma terceira seção, haverá 155 escritórios dotados das mais recentes tecnologias, ao serviço dos patriarcas, dioceses, paróquias e instituições humanitárias.
Da mesma forma, Télé Lumière e Noursat emitirão em árabe, a língua dos cristãos do Oriente, ainda que haja projetos para trocar as diversas experiências e as diferentes sensibilidades cristãs presentes na região, através de emissões em inglês, francês, espanhol, português, siríaco e grego.
Nascidos nos anos 90 por iniciativa de um grupo de fiéis leigos empenhados no serviço à Igreja, Télé Lumière e Noursat não têm fins lucrativos e quase a metade da equipe trabalha voluntariamente.
Para a construção da "cidadela dos meios de comunicação", existem várias formas de contribuição, inclusive online, no site http://www.noursat.tv/.
Fonte: Site www.zenit.org

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ceará aprova criação de conselho para controlar a mídia

A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou proposta de implementação do Conselho de Comunicação Social no Estado. Para que o órgão entre em atividade é preciso a assinatura do governador Cid Gomes (PSB) e uma nova avaliação da Casa.
O projeto segue a esteira da Conferência Nacional da Comunicação realizada em dezembro do ano passado pelo governo federal, em Brasília. Nela foi proposta a criação desses conselhos em todos os Estados.
Segundo o texto do projeto, o conselho será vinculado à Secretaria da Casa Civil do Ceará. Além de acompanhar a produção pública e estatal de comunicação, o projeto prevê o monitoramento dos demais veículos de comunicação locais e a elaboração de uma política estadual de comunicação.
Também está previsto “monitorar, receber denúncias e encaminhar parecer aos órgãos competentes sobre abusos e violações de direitos humanos nos veículos de comunicação no Estado do Ceará”. O texto não explicita quais são os órgãos competentes para julgar as denúncias, nem apresenta punições aos veículos.
Se aprovado, o conselho será composto por 25 membros –sete representantes de governo, Assembleia e escolas de comunicação; oito dos proprietários dos meios de comunicação; e dez da sociedade civil, incluindo o sindicato de jornalistas e movimento estudantil. Os mandatos serão de dois anos e os membros não receberão pagamento.
O Sindicato dos Jornalistas do Ceará é favorável ao projeto, de autoria da deputada Rachel Marques (PT).
O governador Cid foi procurado para comentar o assunto, mas sua assessoria afirmou que ele estava em reunião com os secretários e não havia previsão de término.
Folha de São Paulo
Fonte: Site da Comunidade Shalom - Blog Carmadélio

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Papa Bento XVI é a sexta pessoa mais influente do planeta, segundo revista inglesa.

A revista britânica New Statesman elaborou uma lista das 50 personalidades mais influentes do planeta colocando o PapaBento XVI na sexta posição.
Para os editores da publicação progressista e “de esquerda”, o Papa teve um salto tremendo, pois subiu 20 posições no ranking em relação ao ano anterior, que o situava no 26º lugar.
De acordo com analistas, essa classificação é significativa por acontecer após a conclusão da exitosa visita do Santo Padre ao Reino Unido e em um ano no qual sua figura apareceu persistentemente nos meios jornalísticos em um contexto especialmente negativo.
No artigo “A lista de indivíduos com influência global e poder para transformar nosso mundo”, a revista reconhece que a visita papal à Escócia e Inglaterra indica o “impacto duradouro do pontificado hoje”, sem deixar de também trazer críticas e falar sobre aspectos que considerou negativos.
New Statesman destaca que Bento XVI lidera quase 1,2 bilhões de católicos batizados em todo o mundo e que a “influência do Papa vai muito além da inspiração espiritual de seu rebanho”.
A lista coloca no primeiro lugar da lista o multimilionário das comunicações Rupert Murdoch; em segundo, aparece o presidente norte-americano Barack Obama; em terceiro, figura o mandatário iraniano Mahmoud Ahmedinijad e, em quarto, o vice-presidente da China, Xi Jinping, bem como dois membros mais importantes do Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista deste país.
Uma posição acima do Papa está o fundador e dono da Apple, Steve Jobs, e logo depois o Santo Padre encontra-se o chefe do exército do Paquistão, general Ashfaq Kayani. O oitavo, nono e décimo lugares estão ocupados pela chanceler alemã Angela Merkel; os fundadores do Google, Eric Schmidt, Larry Page & Sergey Brin; e, finalmente, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, respectivamente.
Por: Canção Nova
Fonte: Site da Comunidade Shalom - Blog Carmadélio

Visitas virtuais tridimensionais ao Vaticano. Vamos nessa?


Estonteante beleza nessa viagem virtual!

Vale a pena ver e louvar ao Deus a quem se dirigem nossa adoração e louvor, cuja beleza da arte palidamente o expressa e nos ajudam a imaginar..

Ví as belezas criadas pelos homens e minha alma sonhou com a beleza do céu.

Se assim é o criado, como será o criador que a inspirou?

***

Não há nada que possa substituir uma visita a Roma para admirar a Capela Sistina ou a Basílica de São Pedro, mas a internet permite agora realizar visitas virtuais a alguns dos lugares mais sagrados da Cidade Eterna, oferecendo detalhes que nem sequer ao vivo podem ser apreciados.
A visita ao maior templo da Igreja Católica, no qual se custodiam os restos do apóstolo Pedro, pode ser realizada na própria casa; basta ter um computador com conexão à internet, graças a este novo serviço oferecido pelo site da Santa Sé.
A Capela Sistina já estava online desde março.
O projeto envolveu, durante dois anos, estudantes da Universidade de Villanueva, na Pensilvânia (Estados Unidos), a quem foi permitido fotografar estas joias da arte de todos os tempos.

“Estar na Capela Sistina é uma experiência difícil de descrever”, explica Chad Fahs, especialista em meios de comunicação do Departamento de Comunicação da Universidade de Villanueva. “Esta visita virtual é o mais próximo que existe a esta experiência que a pessoa pode experimentar”, afirma.

“É uma das explorações mais inovadoras de uma obra de arte”, acrescenta Paul Wilson, membro do mesmo departamento e um dos responsáveis por esse projeto virtual.

“Mudará para sempre a maneira como os artistas e historiadores podem ver a incrível obra e a mente de Michelangelo, sua atenção pelos detalhes, o comentário social e seu senso de humor”, reconhece.

Milhares de fotografias foram tiradas na Basílica de São Pedro e na Capela Sistina, com uma avançada câmera motorizada sobre um trilho e posteriormente compostas e unidas digitalmente para criar um panorama virtual em uma projeção tridimensional.
Os peregrinos e turistas virtuais podem utilizar o zoom e aproximar-se dos detalhes das obras de arte graças à elevada resolução.

“As obras de arte presentes em lugares de culto buscam submergir o visitante em uma realidade sagrada e a Capela Sistina se destaca nesta tradição”, esclarece Frank Klassner, professor no Departamento de Ciências da Informática na Universidade de Villanueva, responsável pelo projeto.

“Nossa equipe agradece por ter oferecido sua pequena contribuição a esta tradição, utilizando o poder da internet e a moderna tecnologia de imersão”, conclui Klassner.

A primeira visita virtual com estas características foi dedicada à Basílica de São Paulo Fora dos Muros em 2008; e a de Basílica de São João de Latrão foi apresentada em novembro de 2009.

A Capela Sistina pode ser visitada em:


A Basílica de São Pedro pode ser visitada em:


A Basílica de São Paulo Fora dos Muros pode ser visitada em:


A Basílica de São João de Latrão pode ser visitada em:


Fonte: Site da Comunidade Shalom - Blog Carmadélio

A batalha da comunicação institucional

15 de outubro de 2010
Durante o Encontro dos padres do Vicariato Sul, realizado em Conservatória nos dias 5, 6 e 7 de outubro, o Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Carlos Alberto Di Franco, ministrou uma palestra sobre a importância da comunicação institucional para o futuro da Igreja. Confira o texto aqui.

I. Qualidade é o melhor anabolizante

Para quem acredita que o sucesso das empresas informativas depende de sua capacidade de dar ao público o que ele quer (ou imagina que quer), proponho uma reflexão: quem só vai atrás de supostas demandas do mercado pode conseguir sucesso imediato, mas pode perder prestígio a longo prazo. No setor de informação, a empresa que mais se fortalece é aquela que tem a coragem de mudar, mas, ao mesmo tempo, crê em alguma coisa, tem uma mensagem para transmitir. O verdadeiro crescimento sustentado rejeita o imediatismo suicida do vale-tudo mercadológico. O mercado deve ser um norte, mas não pode ser um tirano.
No fundo, a fórmula de um bom produto se resume numa balanceada combinação de tradição e modernidade. Os jornais, sobretudo os que têm história e um patrimônio ético a preservar, não podem atirar-se em aventuras de adolescente. As mudanças, contínuas e necessárias, não devem ferir o código genético do veículo, não podem arranhar sua identidade. Mas, ao mesmo tempo, não há nada mais pernicioso do que a arrogância dos comportamentos imobilistas. É necessário – e é aí que reside a dificuldade - conquistar novos leitores sem perder a fidelidade dos antigos.
A empreitada, difícil e fascinante, pressupõe a decisão estratégica de travar uma verdadeira revolução nos conteúdos. A reinvenção dos jornais pede a ousadia do revolucionário e o realismo pragmático de quem sabe que o sucesso de uma publicação depende de sua fina sintonia com as autênticas (e não as aparentes ou supostas) necessidades do mercado.
Os recursos humanos são as peças-chave das empresas informativas modernas. O principal fator de diferenciação é a qualificação das pessoas que fazem o produto. A diferença entre dois jornais, duas revistas, duas TVs, não é o suporte tecnológico, mas o talento e a competência dos seus quadros. Por trás do sucesso de jornais como The New York Times, The Wall Street Journal e Finantial Times existem anos e anos de investimentos em formação e treinamento de pessoas. O tempo e o dinheiro gastos em atrair, formar e aperfeiçoar os melhores são um gasto extremamente rentável.
O consumidor, cada vez mais crítico e seletivo, cobra qualidade informativa. Por isso, o futuro está perfilando um profissional que saiba pensar com lógica, investigar sem preconceitos, escrever com elegância e informar com clareza e isenção sobre a verdade dos fatos. Impõe-se uma reformulação profunda nos conceitos e na própria operação informativa. A revalorização da reportagem, por exemplo, deve ser uma das prioridades estratégicas. É preciso atrair o leitor com matérias que rompam com a monotonia do jornalismo de registro. Menos oficialismo e mais vida real. Menos aspas e mais apuração. Menos overdose de macro e mais realismo de micro.
O leitor quer saber o que acontece na sua cidade, no seu bairro, no seu quarteirão. O consumidor quer saber em que medida o global pode afetar o seu dia-a-dia. É isso, e não a repercussão de declarações de políticos, o que os leitores esperam dos jornalistas.
O que vai agregar estavelmente novos leitores não é a concessão acrítica aos aparentes apelos do mercado. O que vai atrair novas audiências é uma ágil e moderna prestação de serviços, é a informação que não traz o gosto requentado do telejornal da véspera, é a matéria que ultrapassa a superficialidade, é a denúncia fundamentada, é a pauta ousada e criativa.
As empresas, no que diz respeito à utilização dos recursos tecnológicos, estarão crescentemente padronizadas. O prestígio dos jornais implica a derrubada de inúmeros tabus: a superficialidade, as imprecisões e a falta de apuração (comodamente atribuídas às pressões do deadline), as omissões e os preconceitos. Só uma revolução nos conteúdos, na ética e na qualidade dos recursos humanos garantirá o crescimento sustentado.

II. Bad news are good news

O Brasil de hoje, independentemente das sombras que pairam no horizonte do sistema financeiro internacional e das suas imensas chagas sociais, apresenta um vigoroso desejo de renovação. No entanto, os que estamos do lado de cá, os profissionais da mídia, carregamos nossos cacoetes profissionais. Sobressai, entre eles, a tendência ao catastrofismo. O rabo abana o cachorro. O mote, frequentemente usado para justificar o alarmismo de certas matérias, denota, no fundo, a nossa incapacidade para informar em tempos de certa normalidade. Mas mesmo em tempos de crise, é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura. O bom jornalismo reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso contrário, a crise real –a que está aí- pode ser amplificada pelos megafones do negativismo mediático. À gravidade da situação, inegável e evidente, acrescenta-se uma dose de pessimismo. O resultado final é a potencialização das crises.
Alguns setores da imprensa, em nome da independência e da imparcialidade, têm feito uma opção preferencial pelo negativismo. Os jornais, pensam, têm uma missão de contraponto, de denúncia. Concordo. E de denúncia enérgica. O problema não está aí, mas na miopia, na obsessão seletiva pelos aspectos sombrios da realidade.
Uma cachoeira de prognósticos negativos corre solta. A análise isenta, verdadeiramente jornalística, talvez conduza a um horizonte menos assustador. O País está numa corrida de obstáculos e, como nos estádios, a pista não termina no abismo. Estamos, ricos e pobres, navegando num mesmo transatlântico. No caso de naufrágio, não haverá afogamentos seletivos. Iremos todos a pique. Também os ocupantes da primeira classe (ou do Primeiro Mundo). Por isso, sem otimismo tolo, é preciso reconhecer que o Brasil, pelo tamanho de seu mercado, pela iniciativa que demonstra, é maior do que governos e circunstâncias de momento.
Os anos de chumbo da ditadura foram os melhores aliados da mediocridade profissional. A batalha contra o arbítrio escondeu limitações e carências. Todos, afinal, estávamos unidos na luta pela liberdade. A censura, abominável e burra, produziu heróis verdadeiros, mas também gerou gênios de fachada. Quatro linhas de protesto, independentemente da qualidade objetiva da matéria, já eram suficientes para conferir um passaporte para a celebridade. A democracia, no entanto, desnuda as aparências. A estabilidade conspira contra a manchete sensacional. O rabo deixa de abanar o cachorro. A monotonia cotidiana encerra um apelo à criatividade. “Quando nada acontece”, dizia Guimarães Rosa, “há um milagre que não estamos vendo.” O bom jornalista sabe descobrir a grande matéria que se esconde na aparente penumbra do dia-a-dia. No fundo, a normalidade é o melhor termômetro da qualidade.
É cômodo e relativamente fácil provocar emoções. Informar com profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e talento. Objetividade e equilíbrio. Luzes e sombras. Não só denúncia, mas também não só aplauso.

III. Boa notícia é ética e vende jornal

A mídia, insisto, tem sido acusada de estar dominada pela síndrome da má notícia. Catástrofes e tragédias excitam pautas e ganham o status de manchete de primeira página. Queixam-se os leitores de que, frequentemente, iniciativas bem-sucedidas têm recebido pouco destaque ou, quando muito, migram para o lusco-fusco das páginas interiores. Essa tendência, no entanto, pode ser derrubada pela força irreprimível de uma boa notícia. Vamos a um exemplo concreto: o anúncio, há dez anos, na virada do milênio, da diminuição dos índices da mortalidade infantil no Brasil. A informação foi, de fato, chamada de capa na imensa maioria dos jornais brasileiros.
A diminuição da mortalidade infantil foi anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se os dados do IBGE foram discretamente alentadores, a boa notícia veio, na verdade, de uma onda silenciosa de solidariedade que, há mais de 20 anos, varreu os bolsões de miséria deste País: a Pastoral da Criança. Com uma redução de 21 % na taxa de mortalidade infantil, a entidade, sem burocracia e com boa dose de abnegação, se transformou numa referência de qualidade no campo da saúde pública.
Viúva, mãe de 5 filhos e avó de 6 netos, a sanitarista e médica pediatra Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, foi a alma desse impressionante mutirão em defesa da vida. Com a humildade que caracteriza as almas grandes, a doutora Zilda Arns atribuía o sucesso da entidade ao trabalho anônimo de suas colaboradoras e, sobretudo, ao forte sentido de missão que está presente no desempenho das voluntárias. Em uma conversa com ela, direta e substantiva, impressionou-me seu entusiasmo de adolescente e o realismo de suas soluções.
A Pastoral da Criança, afirmava, não distribui alimentos nem substitui as mães nos cuidados e na educação das crianças, mas organiza a comunidade, orienta e apóia essas pessoas nas busca de soluções. “Não damos o peixe, mas ensinamos a pescar e participamos dessa pescaria, que tem como resultado a melhoria da qualidade humana do tecido social do país”, dizia-me ela, complementando que um dos segredo da entidade é o acompanhamento permanente das famílias. “Nossos líderes comunitários são pessoas que vivem na própria comunidade e são orientados, treinados e acompanhados permanentemente para exercerem essa tarefa”. Além das ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, a Pastoral da Criança desenvolve diversos programas complementares.
“O importante é somar esforços”. O comentário, recorrente no discurso da doutora Zilda Arns, é uma síntese da estratégia afirmativa e apolítica do seu trabalho. Ela não foi antinada. Talvez, por isso, todos, independentemente de religião, ideologia ou opção partidária, se sentiam estimulados a apoiar o trabalho dessa mulher que fez da caridade encarnada a razão de ser da sua vida. Seu trabalho, embora pouco divulgado na mídia, foi reconhecido e respeitado dentro e fora do Brasil. Não foi fogo de palha. Teve a força mágica da boa notícia. Pois bem, senhores: após a publicação de um artigo sobre o trabalho da Dr. Zilda recebi uma enxurrada de e-mails de leitores. A boa notícia, ética e verdadeira, tem enorme capacidade de empatia com o leitorado. Atrai consumidores e vende jornal.

IV. A batalha da comunicação na Igreja Católica

Tudo o que se disse até agora, aplica-se, perfeitamente ao trabalho desenvolvido pela Igreja Católica. A Igreja têm o melhor produto da História: o depósito da Revelação, a Verdade Evangélica. Ao longo dos séculos, tem transmitido a mais fascinante e comprometedora das notícias: a Redenção do gênero humano. Essa instituição peculiar, sobrenatural e humana, recebeu de seu Fundador uma missão de dar testemunho, uma tarefa de comunicação: “Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 19-20).
Essa missão e essa certeza, lembra João Paulo II na sua Carta Apotólica Novo Millennio Ineunte, “acompanhou a Igreja durante dois milênios e agora foi reavivada em nossos corações com a celebração do Jubileu; dela devemos auferir um novo impulso para a vida cristã, ou melhor, fazer dela a força inspiradora de nosso caminho.” E prossegue o papa: “É com a consciência desta presença do ressuscitado entre nós que hoje nos fazemos a pergunta feita a Pedro no fim de seu discurso de Pentecostes, em Jerusalém: ‘Que havemos de fazer?’ (At 2,37). Interrogamo-nos animados de confiante otimismo, embora sem subestimar os problemas. Certamente não nos move a esperança ingênua de que possa haver uma fórmula mágica para os grandes desafios de nosso tempo; não será uma fórmula a salvar-nos, mas uma pessoa, e a certeza que ela nos infunde: Eis que estou convosco! “
E o papa, armado de uma lucidez afiada, aponta o pré-requisito da eficácia: “Não se trata de inventar um ‘programa novo’. O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Concentra-se, em última análise, no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar, imitar, para nele viver a vida trinitária e com ele transformar a história até sua plenitude na Jerusalém celeste. É um programa que não muda com a variação dos tempos e das culturas, embora se levem em conta o tempo e a cultura para um diálogo verdadeiro e uma comunicação eficaz. Esse programa de sempre é o nosso programa para o terceiro milênio” ( Novo Millennio Ineunte, n. 29).
Na verdade, João Paulo II toca no cerne da boa comunicação institucional da Igreja: o alicerce da identidade. A força da mensagem não depende fundamentalmente de recursos tecnológicos ou de sofisticadas estratégias de marketing. Depende, sim, da firmeza da identidade católica. As empresas que possuem uma marca consolidada são, sempre, aquelas que conseguem transmitir uma identidade nítida, clara, convincente, sem qualquer tipo de ambigüidade.

Por isso, uma boa estratégia de comunicação institucional depende, resumidamente, dos seguintes elementos:

1. Identidade clara: a Igreja é uma instituição sobrenatural e humana
2. Missão bem definida: a Igreja tem uma missão precisa: “Ide , pois, ensinai todas as gentes, batizando-as...
3. Doutrina clara: A Verdade Revelada e o Magistério
4. Corolário: reputação e autoridade= força da marca

V. João Paulo II, o exemplo da melhor comunicação

Diante de mais de 2 milhões de jovens peregrinos, reunidos na celebração do Encontro Mundial da Juventude em Roma, o papa João Paulo II, de 83 anos, se apresentou ao público como “um velho papa, com muitos anos de vida, mas ainda com coração jovem”. No palco preparado para a cerimônia, caminhou apoiando-se numa bengala, cantou com os jovens e fez piadas sobre sua saúde.
A multidão o recebeu com um entusiasmo impressionante. Usando tênis e mochilas, os “papaboys”, como são apelidados os jovens que participam das jornadas católicas, receberam o pontífice cantando, dançando e entoando bordões como “João Paulo II, nós amamos você”.
João Paulo, encurvado e doente, foi um indiscutível fenômeno de massas. O desempenho de João Paulo II, e agora, de Bento XVI, sobretudo no meio jovem, é uma charada que desafia o pretenso feeling de certos estudiosos do comportamento. Afinal, o estereótipo do papa conservador, obstinadamente apegado aos valores que estariam na contramão da modernidade, tem sido contestado pela força dos fatos e pela eloqüência dos números.
Durante os quase 25 anos de pontificado, as ruas, praças e esplanadas nos quatro cantos do mundo foram tomadas por barracas, mochilas e canções. A frustração de certos vaticanólogos só tem sido superada pelo ranço amargo de alguns ideólogos fracassados. De fato, as concentrações religiosas, imensas e multicoloridas, contrastam fortemente com as previsões pessimistas dos profetas da morte de Deus. E o mesmo se repete com Bento XVI. As audiências das quarta-feiras são um fenômeno de público!
Os desembarques do papa são, freqüentemente, precedidos de discutíveis pesquisas indicando que parcelas significativas da população consideram Bento XVI conservador e retrógrado. Chega-se a falar, num burocrático exercício de futurologia, de prováveis fracassos das viagens e dos riscos de uma explosão de protestos contra a rigidez doutrinal da Igreja. As contestações, no entanto, quando ocorrem, costumam ficar limitadas a meia dúzia de cartazes.
As Jornadas Mundiais da Juventude tem sido um bom exemplo do descompasso entre o autismo dos ressentidos e o arejamento do mundo real. As multidões que acompanham o pontífice superaram todas as estimativas, levando um comentarista internacional a perguntar, em artigo perplexo e irritado, que mistério tem o papa para despertar “inabituais cenas de fervor e mobilização coletiva, que parecem anacrônicas nestes tempos, em que a Igreja é acusada de ser conservadora, retrógrada e, por isso, distanciada da juventude”.
Para alguns, reféns de um sectarismo empobrecedor, é difícil entender os recados de Denver, de Paris, de Manila, de Toronto, do México, do Aterro do Flamengo, da Alemanha, da Austrália, de Roma e de tantos lugares visitados pelo pontífice. Como explicar o fascínio exercido pelo papa? Como digerir a força de um fato? Milhares de jovens, rebeldes e contestadores, deixam o som das discotecas para ouvir a voz de um idoso e supostamente reacionário.
A interpretação dos megaeventos papais, comparados por alguns observadores aos festivais de rock de Woodstock, realizados nos EUA no final dos anos 60, indica, talvez, a gestação de uma profunda mudança comportamental. “A gente dança e canta, mas não esquece o motivo principal por que estamos aqui: reavivar a fé”, comentou uma jovem norte-americana.
A crescente empatia entre o papa e a juventude tem surpreendido o noticiário. Num mundo dominado pela cultura do corpo e pela exaltação da juventude e da sensualidade, o papa quebra todos os moldes. Ele é, de fato, um sucesso mercadológico.
O papa sabe, melhor que ninguém, aproveitar a força da comunicação no seu empenho evangelizador. Quando se deixa fotografar num confessionário na Basílica de São Pedro, no Vaticano, está, no fundo, fazendo uma vibrante e moderna promoção do Sacramento da Penitência. O papa é, de fato, um grande comunicador. Seu marketing, no entanto, tem raízes profundas: fé robusta, coragem moral e coerência doutrinal e, sem dúvida, a misteriosa magia da santidade. Na verdade, só ela pode explicar o vigor do pontificado.
Não duvidemos, senhores: a comunicação institucional da Igreja Católica passa, necessariamente, pelo reforço da sua identidade, pela paixão por sua missão evangelizadora, pela clareza de sua doutrina. Só isso pode garantir a força de sua marca e a ascendência social da sua autoridade. Como salientou Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, “a evangelização há de conter também sempre, ao mesmo tempo como base, centro e ápice do seu dinamismo, uma proclamação clara que, em Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, a salvação é oferecida a todos os homens, como dom da graça e da misericórdia do mesmo Deus.” (Evangelii Nuntiandi, n. 25). Clareza, portanto. É isso que atrai. É isso que comunica.

VI. Recursos humanos, profissionalismo e conhecimento do mercado

Não quero terminar sem mencionar outra condição fundamental para a boa comunicação institucional da Igreja: a necessidade de investir seriamente em recursos humanos e em profissionalismo. Os recursos humanos, estou certo, são as peças-chave de qualquer empresa. Da Igreja também. O principal fator de diferenciação das companhias é a qualificação das pessoas que fazem o produto. A diferença entre dois jornais, duas revistas, duas TVs não é o suporte tecnológico, mas o talento e a competência dos seus quadros. Por trás do sucesso de jornais e revistas de prestígio existem anos e anos de investimentos em formação de pessoas. O tempo e o dinheiro gastos em atrair, formar e aperfeiçoar os melhores são um investimento extremamente rentável.
Tudo isso se aplica plenamente à comunicação institucional da Igreja Católica. É preciso atrair, formar, investir. Constantemente. É preciso convencer-se de que uma boa homilia é o melhor produto de comunicação. E uma boa homilia exige trabalho, estudo, formação cultural, simpatia, comunicação.
É preciso investir na formação de bons assessores de comunicação para as diversas dioceses. Sacerdotes ou leigos capazes de defender a doutrina da Igreja apoiados nas mais modernas técnicas da comunicação institucional.
É preciso promover, apoiar e fortalecer os jornais e revistas diocesanos, as emissoras de rádio e as televisões católicas. Mas é muito importante revigorar o profissionalismo desses meios. A mensagem católica deve chegar aos destinatários com alta qualidade técnica e ética. Não podemos sucumbir ao amadorismo. Precisamos trabalhar mais e melhor.
É necessário, finalmente, conhecer bem o nosso mercado. Esse imenso mercado de fiéis, esse formidável rebanho que nos está enviando como recado constante uma profunda carência de Deus, uma imensa demanda de espiritualidade e de preocupação pelos outros. Uma boa comunicação institucional é aquela que sabe satisfazer aos legítimos apelos desse mercado. E, a exemplo o papa, sabe apresentar uma proposta comprometedora, um cristianismo feito de paixão e generosidade. A juventude real, não a de proveta, artificialmente promovida por certos setores da mídia, não está disposta a entregar a vida por um cristianismo desfibrado e refém de uma tolerância mal-entendida. Está disposta, sim, a entregar a vida por uma proposta exigente, por um cristianismo fundamentado no coerente esforço de imitação da vida de Jesus Cristo. Entrega a Deus e aos demais, sobretudo aos mais necessitados, são demandas claríssimas de um mercado que está aí. Esperando a resposta de cada um dos senhores e de cada um de nós.
Não podemos ter complexos de inferioridade. Precisamos todos, sobretudo os leigos que atuam em todas as encruzilhadas da vida profissional, falar clara e abertamente da visão cristã sobre a família, a educação, a ecologia, a moral sexual, a bioética. Precisamos defender, com profissionalismo e coragem, a doutrina social da Igreja. Não esqueçamos o que dizia Shakespeare: “Os covardes morrem muitas vezes antes de morrer”. Não queremos a morte, mas a vida. Não aceitamos a covardia do anonimato ou de uma tolerância mal-entendida. Defendemos o pluralismo sadio que se apóia, necessariamente, no respeito aos demais, mas na firmeza das próprias convicções.

Termino, prezados amigos, salientando a importância decisiva da comunicação institucional para o futuro da Igreja e para o sucesso do trabalho de cada um dos senhores. Governar é comunicar. Comunicar é governar. Por isso, o adequado encaminhamento da comunicação institucional não se esgota num importante esforço de marketing institucional. É muito mais que isso. É, na verdade, uma das mais importantes ferramentas do próprio governo da Igreja.

Transcrevo aqui umas palavras de São Josemaría Escrivá que oferecem uma síntese magnífica da atitude que se espera de um comunicador:

“Para ti, que desejas formar-te numa mentalidade católica, universal, transcrevo algumas características:

-amplidão de horizontes e um aprofundamento enérgico no que é permanentemente vivo na ortodoxia católica;
-empenho reto e sadio -nunca frivolidade- em renovar as doutrinas típicas do pensamento tradicional, na filosofia e na interpretação da história...;
-uma cuidadosa atenção às orientações da ciência e do pensamento contemporâneos;
-e uma atitude positiva e aberta ante a transformação atual das estruturas sociais e das formas de vida.” (Josemaría Escrivá, Sulco, n. 428).

Agradeço, sensibilizado, a amabilidade do convite que me permitiu passar uns momentos de agradável convivência com os senhores. E deixo, mais um vez, um recado otimista. O mercado apresenta uma demanda reprimida de autêntica religiosidade. Se soubermos aproveitar o momento, se fortalecermos a nossa identidade cristã, se revigorarmos a nossa coerência pessoal -não esqueçamos que o marketing e o mercado se estudam na escola do Sacrário- haverá uma nova primavera de fé no nosso amado Brasil.
Prof. Dr. Carlos Alberto Di Franco
Fonte: Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro (www.arquidiocese.org.br)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fé em Deus e pé na Web

Religiões ‘invadem’ a Internet com informações, serviços e cultos on-line

Por LOUISE PERES

06 de outubro de 2010
Rio - Hoje a Internet agiliza a comunicação, o trabalho, o pagamento de contas, as compras... e também a vida espiritual! A fé e a religião invadiram a Web e sites da Rede se tornaram, além de fontes de informação, espaços de prática religiosa. É possível assistir missas, pedir consultas espirituais, acender velas virtuais, encomendar orações e até mesmo se confessar. As opções são variadas e mobilizam ‘devotonautas’ de todas as crenças.
O GodTube (www.godtube.com), o YouTube cristão, traz vídeos relacionados à fé e à doutrina cristã. Entre eles, trailers de filmes, clipes e até vídeos de ‘stand up comedy’ sobre temas bíblicos. Já o site www.confessar.com.br é um confessionário on-line, onde o usuário pode compartilhar seus pecados anonimamente na web.
A Internet tem funcionado como um braço, expandindo o alcance das comunidades religiosas. Evangélicos criaram a UBE (www.ubeblogs.net), ponto de encontro virtual da União de Blogueiros Evangélicos, que escrevem sobre a doutrina cristã. Já o portal da Federação Espírita Brasileira (www.febnet.org.br) traz informações sobre o espiritismo no Brasil e até uma seção de mídia espírita no país, com link para a TV online CEI, com programação 24 horas. O WebJudaica (www.webjudaica.com.br), site sobre judaísmo, publica notícias, links para comunidades e calendário de festas.

.                       Padre Jefferson com equipe do on-line: “tecnologias aproximam Igreja e comunidade”
.                                                      Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia

Em tempos de redes sociais, as comunidades têm utilizado a força da Web para mobilizar e atrair fiéis. A Arquidiocese do Rio de Janeiro criou a Pastoral da Comunicação, responsável pelo portal www.arquidiocese.org.br e pelos perfis no Twitter (@arqrio), Facebook e pela comunidade no Orkut. “Desde 2005, o Vaticano tem insistido para que a Igreja use tecnologia e mídias digitais para evangelização”, explica o padre Jefferson Gonçalves, assessor eclesiástico para redes sociais da diocese. Para ele, a Internet colabora para aproximar a Igreja e a comunidade. “É mais um canal de comunicação, mais uma maneira de estar perto de Deus”, afirma.
Os mais religiosos também encontram na Rede um meio para manifestar sua fé. Foi pensando nisso que o empresário paulista Maurício Zanzini, 51 anos, decidiu criar o meusanto.com.br, um site de promessas pela Internet. Após receber uma graça de Santo Expedito, ele criou um site em homenagem à fonte de devoção.
Com o tempo, outros santos foram incluídos e a página se tornou uma central de pedidos on-line. Após se cadastrar, é só escolher seu santo de devoção e escrever um pedido anônimo. Para pagar a promessa e agradecer o milagre, o usuário desembolsa R$50 para que mil pessoas cadastradas no site recebam um santinho virtual por e-mail.

Virtual não exclui real

Apesar de aproximar as pessoas e contribuir para a disseminação da fé, a Internet não dispensa as práticas tradicionais da religião. Paulo César Fructuoso, membro do Centro Espírita Frei Luís, lembra que o convívio com a comunidade é parte fundamental do exercício da religião. “É uma maneira de se integrar, trocar experiências e evoluir. Nosso grupo trabalha com ajuda espiritual e o encontro presencial é indispensável”, diz.
Padre Ramon Nascimento, celebrante auxiliar da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, é categórico: “A confissão só é válida na presença de um sacerdote. A penitência é um sacramento e o perdão só pode ser concedido por um padre. É necessário o contato pessoal”, explica.
Para ele, o potencial da Internet deve ser usado para divulgar a religião e complementar o exercício da fé. Como exemplo, ele cita a novena de Nossa Senhora da Paz realizada por ocasião da festa da padroeira, em julho, cujo conteúdo foi publicado no site oficial da paróquia (www.nspaz.org.br).
Através da página, o fiel poderia acessar as reflexões de cada um dos nove dias e fazer suas orações em qualquer lugar, mesmo se ele não pudesse comparecer à igreja.
Fonte: Site do O DIA online de 06/10/2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Crises na Igreja mostram necessidade da Imprensa Católica


04 de outubro de 2010
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 4 de outubro de 2010 (ZENIT.org) 
Qual será o futuro da imprensa católica, em uma época de plena revolução digital, que colocou em crise muitos jornais? Para o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, o futuro dependerá da capacidade dos jornais e revistas católicos de ser fiéis à sua missão.
E as crises comunicativas ou escândalos que a Igreja viveu nos últimos anos demonstram ainda mais a necessidade de contar com esses meios de comunicação com vocação católica, esclareceu o prelado, ao inaugurar um congresso mundial inédito da imprensa católica que se realiza em Roma.
No encontro, que Bento XVI encerrará no dia 7 de outubro, participam 230 diretores e representantes de jornais católicos e publicações digitais, bispos e sacerdotes especialistas de comissões e instituições eclesiais encarregadas da comunicação, assim como professores universitários, em representação de 85 países.
Na intervenção inaugural, o arcebispo apresentou a imprensa católica "como realidade próxima, capaz de acompanhar a vida, capaz de perceber as preocupações, os desejos, os projetos das pessoas que são seus leitores. Não só dos que pertencem à comunidade católica - pareceria óbvio dizer isso, ainda que às vezes não seja tão evidente".
No campo da comunicação, disse Dom Celli, a Igreja também é "especialista em humanidade", ainda que, "neste momento, alguém poderia sorrir frente a esta afirmação, sobretudo quando se faz referência às conhecidas e dolorosas vicissitudes dos escândalos sexuais, que a imprensa tanto divulgou".
O prelado reconheceu também que, "ainda que estas revelações tenham sido um choque para o Papa e para a Igreja, como o próprio Bento XVI disse aos jornalistas que o acompanharam no avião rumo à Escócia, este grave e vergonhoso pecado não põe em dúvida nem minimamente a vocação e missão da Igreja de colocar-se ao serviço do homem com amor".
"Destes fatos e episódios difíceis e dolorosos deve emergir em toda a comunidade crente uma maior decisão para seguir o Senhor e colocar-se ao serviço do homem com um testemunho ainda mais intenso de vida, que saiba fazer emergir o que carregamos no coração", sublinhou o presidente do conselho vaticano.
Neste sentido, reconheceu, "a missão da imprensa católica é mais necessária que nunca, para dar uma informação religiosa rigorosa e correta, sobretudo quando a oferecida por boa parte da imprensa leiga é pouco objetiva e às vezes cria confusão".
O novo contexto no qual se move a imprensa católica, afirma Dom Celli, é o de "uma ‘ditadura do relativismo', na qual se assiste à tentativa de reduzir a ação da Igreja e da religião a ‘um fato privado, sem importância pública', deslegitimando-a como se fosse inimiga do homem, da sua liberdade e dignidade, nesta época das ‘paixões tristes'".
Nesta realidade, concluiu Dom Celli, a imprensa católica deve "manter viva a busca de sentido e garantir o espaço à busca do Infinito".
(Por Jesús Colina)
Fonte: Site www.zenit.org

A ética na informação da Igreja.

02 de outubro de 2010
Faz sentido continuar discutindo sobre uma possível objetividade da informação? Ou é preferível que os jornalistas sigam a uma ética concreta na abordagem da comunicação?

Com relação a esta segunda hipótese, ZENIT entrevistou Fabrizio Mastrofini, jornalista da Rádio Vaticano, que recentemente publicou o livro “Info-Etica. L’informazione e le sue logiche” (Infoética. A Informação e sua Lógica), pela editora italiana EDB.
Em seu livro, com prefácio do porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi SJ, este jornalista, especializado em temas de informação religiosa e de comunicação, autor de outros livros sobre o assunto, parte da situação italiana para analisar a relação entre economia e meios, sugerindo algumas abordagens práticas para uma infoética aplicável ao mundo católico.-

Quais são as ideias fundamentais de seu livro?

Mastrofini: A ideia principal do livro é a que fala da ética da informação de modo concreto, a saber, do ponto de vista de quem está diariamente comprometido no trabalho da redação. Digo isto porque os textos de ética da comunicação e da informação que circulam são textos escritos por docentes universitários e não refletem outra coisa além do enfoque teórico. Ou se detêm, especialmente, no problema da objetividade da informação e não tanto no conceito de trabalho cotidiano, que é desenvolvido nas redações, onde se tomam as decisões sobre as notícias que devem entrar ou sair.
Então é necessário entender quais são os critérios de base a serem utilizados para essas decisões. A primeira pergunta é, então: quem são os donos dos diversos meios de comunicação? Por exemplo, hoje na Itália e também no estrangeiro, a tendência observada é que vai se consolidando cada vez mais pela inexistência de um editor puro, porque freqüentemente os proprietários dos meios de comunicação são sociedades ou companhias.
Neste caso, demonstra-se evidente que os jornais estão ao serviço de interesses econômicos e comerciais. Tanto é assim que, nos últimos relatórios, por exemplo da Fundação Rosselli, ou da Agacom, é dito normalmente “indústria da comunicação”, porque podem por em circulação quase 100 mil milhões de euros por ano.

Como se aplica este discurso à comunicação institucional da Igreja?

Mastrofini: A comunicação da Igreja deveria ter uma diferença. Substancialmente, qualquer comunicação que queira ter uma aproximação ética deve disfarçar-se, quer dizer, deve demonstrar sempre o seu ponto de vista, deve decidir claramente de que lado está e deve realizar uma nova forma de interação entre os remetentes e os destinatários da informação. Se aplicarmos o conceito de Povo de Deus à comunicação, poderemos facilmente entender como a comunicação deve envolver cada vez mais ao próprio público e interagir com ele. Para fazer isto, seria necessário um projeto. Este tipo de comunicação não pode ser improvisado. Também se encontram os recursos para fazê-lo, porque isto implica, também, na formação dos profissionais de comunicação.

O desafio da web 2.0 pode tornar-se realidade?

Mastrofini: Deve ser uma revolução da comunicação. Se analisarmos a doutrina da Igreja nas comunicações sociais, encontramos que nos anos 50 começou o problema da opinião pública para o interior da Igreja. Os meios de comunicação de massa têm este objetivo que, talvez hoje, tem-se perdido um pouco. Hoje, adverte-se sempre mais acerca da necessidade por pessoas informadas e formadas. Deste ponto, tem origem um problema geral: ao invés de reclamarmos sobre os feitos dos meios de comunicação do mundo inteiro, de em certos momentos atacarem à Igreja ou passar-nos imagens distorcidas, por que nós procuramos entender como poder dar vida aos meios de comunicação eclesiásticos, para as fontes de informação de forma que os outros possam ter informação crível, realizados com métodos profissionais?
A Santa Sé, por exemplo, está presente no mundo digital, ou da informação geral, pela página oficial www.vatican.va, na qual se pode consultar a Sala de Imprensa, o jornal L’Osservatore Romano, o serviço de notícias do Serviço de Informação Vaticana, as transmissões do Centro Televisivo Vaticano e da Rádio Vaticano, mas também pela editora da casa, a Livraria Editora Vaticana, para isso às quais estão se agregando ramificações diferentes e iniciativas paralelas.
A pergunta é: por que devemos pensar que todo este patrimônio, todos estes recursos valem menos que o Wall Street Journal ou que o The New York Times? Por que razão temos que sofrer este complexo de inferioridade? O problema é que é se trata de um patrimônio enorme, que não está coordenado, não se trabalha em sinergia, de um modo organizado.

Você acha que nas grades curriculares dos cursos que preparam os futuros comunicadores da Igreja as ciências sociais deveriam oferecer um maior respeito à teologia?

Mastrofini: Eu diria que o problema fundamental aqui é saber falar com os outros. Se souber falar ao próprio público interno, então sabe falar também como falar ao público externo. É necessário ser facilmente compreensível para todos. Em um comunicado de imprensa não se conta pela precisão teológica,mas por um núcleo, uma mensagem que é feita de um modo apropriado. Quer dizer, não há comunicadores improvisadores. A comunicação é uma arte refinada, que se aprende com os anos, que está nas mãos de pessoas preparadas. Devemos nos libertar dos relatórios acadêmicos e, pelo contrário, dar alma ao que fazemos. O público precisa de conteúdos.

Em sua opinião, a Igreja tem seguido demais a pauta dos jornais na crise aberta dos escândalos de abusos sexuais por parte de alguns membros do clero?

Mastrofini: Respondo dizendo somente que a comunicação deve ser cuidadosamente planejada, porque vivemos em uma situação na qual se observa mais o fenômeno definido como “Teoria do Agendamento”: os meios de comunicação com sua penetração, intromissão e força, podem condicionar as agendas de governo, das grandes instituições políticas e sociais, como também da Igreja. Isto porque os jornais, quando selecionam de um modo concentrado um argumento e nele insistem, podem entrar em prepotentemente no debate público, social e eclesiástico, levando com eles sua aproximação ou o ponto de vista. Perante este grande risco, uma comunicação bem organizada, bem congregada e bem programada deve saber como responder. Não persuadindo, mas propondo coisas novas. E isto também implica na capacidade de saber prevenir os eventos.
Fonte: Site da Comunidade Shalom - Blog Carmadélio

Jornalistas de temas religiosos precisam ter Fé?

Os peritos que participaram do seminário “Informação e religião: a cobertura mediática do fato religioso”, patrocinado pelo British Council e organizado pelo Foro Abraham, definiram o perfil do jornalista dedicado à cobertura da informação religiosa e sustentaram que este deve cumprir, ao menos, algumas premissas como ser fiel, estar bem informado ou tratar os acontecimentos religiosos com rigor.
Na sessão dedicada a “Desafios, dificuldades e perspectivas de futuro no jornalismo sobre religião”, participaram profissionais como o professor de jornalismo da Universidade de Columbia, Ari Goldman; o jornalista de rádio da BBC, Dan Damon, e a subdiretora da Europa Press, Rosana Ribera.
Goldman destacou que para ser redator de religião é importante “ser uma pessoa de fé” pois na sua opinião, diante de um tema espiritual, seja da confissão que for, o jornalista que crê “conhecerá a profundidade dos sentimentos” que implicou no acontecimento.
Por sua vez, Damon se mostrou de acordo com que o jornalista que escreva sobre um tema religioso que não coincide com sua fé, deve “informar-se”. Nesta linha, Goldman explicou que “é possível abrir-se às experiências de outras pessoas, tentar contar as notícias desde a perspectiva do fiel e transcender sua própria personalidade”, ao mesmo tempo em que pediu aos informadores que sejam “honestos, embora haja temas que possam ferir a Igreja”
Por outro lado, considerou que a dimensão religiosa é necessária para explicar aos cidadãos “as motivações” de alguns fatos noticiosos como o conflito no Iraque, o assalto à flotilha de ajuda a Gaza, a perseguição de cristãos na Coréia do Norte e os protestos dos monges budistas na Birmânia.
Neste sentido, acrescentou que “a maior parte das notícias ignoram a dimensão religiosa” e que “simplificam-se os fatos”. “O conflito do Iraque foi tratado como se os iraquianos tivessem deixado de preocupar-se com competir entre os distintos centros de fé religiosa, mas dizer isso, é reduzir os fatos”, particularizou.
Por sua parte, Rosana Ribera sublinhou que para cobrir estes temas será preciso escolher uma pessoa não necessariamente que creia, mas sim “íntegra e informada”.
Ribera ofereceu um decálogo de conselhos para o informador de religião entre os quais se destacam: demandar mais códigos de boas práticas; escolher um jornalista informado; valorizar o espaço que se dedica à informação religiosa e a qual religião; evitar o uso de uma linguagem discriminadora; não potencializar informações sensacionalistas; e recorrer a todas as fontes, inclusive às minoritárias.
Por ACI
Fonte: Site da Comunidade Shalom - Blog Carmadélio

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Internet - Um instrumento moderno de Evangelização

A mídia, cada vez mais, faz parte e modela os diversos campos sociais. Com isso, vivemos em uma sociedade midiatizada, em que até as Igrejas, instituições tradicionais, aderiram aos meios de comunicação de massa.
A ideia de comunicação não pode se reduzir aos instrumentos técnicos de produção e transmissão de mensagens, mas deve contemplar o processo de relacionamento entre os seres humanos. E assim, a Igreja começa a expressar-se com mais clareza a respeito do impacto que os meios de comunicação têm para a construção social.
No mundo virtual, a prática religiosa on-line está cada vez mais presente. Na internet, os fiéis estão a um clique da fé. Dentre muitas funções, os católicos podem, pela internet, acender velas para Nossa Senhora, mandar rezar missas, fazer orações e acompanhar celebrações.
De acordo com o Vigário para a Comunicação Social da Arquidiocese do Rio, Padre Marcos William Bernardo, uma das finalidades evangelizadoras da internet é o estabelecimento de redes e a formação de comunidades.
- Quando você forma comunidade você cria dentro dela símbolos e valores. Não há problema em ter a vela como um ingrediente da experiência daquela comunidade. Mas é importante saber que não é aquela vela virtual que vai ser a ponte da criatura com o sagrado, mas é um símbolo, que vai sensibilizar aquele participante da comunidade virtual, para a realidade de que a sua oração vai ser acolhida por Deus, disse Padre Marcos.
É muito comum os cristãos procurarem a internet como meio de evangelização. No mundo onde tudo se encontra no virtual, a Igreja católica também se faz presente.
- Existem muitas coisas interessantes na internet sobre o catolicismo, só é preciso tomar cuidado com informações erradas. Às vezes, mando e-mails para meus amigos com mensagens bíblicas, eles adoram. Muitas vezes é a única palavra de conforto e estímulos que eles recebem o dia todo, contou a aposentada Maria Aparecida Santos, da Paróquia Nossa Senhora da Paz.
E muito cuidado é necessário sempre que for usar a internet. Padre Marcos alerta que alguns sites propõem a confissão on-line e isso não é possível. Ele explicou que o que diz respeito à proposta de uma confissão via on-line é descartável, não se pode pensar essa realidade, seria a mesma proposta de fazer uma confissão via telefone.
- Não se pode confessar na internet porque se trata de um sacramento, isso inclui a presença da pessoa, o envolvimento da pessoa não com o ministro, mas com o próprio Cristo que está ali, sendo representado pelo ministro. A importância da confissão inclui esse movimento do penitente de sair de onde ele estava, de uma situação de pecado, de erro, para buscar a cura. Porque o que é a confissão? É o remédio que vai cicatrizar a ferida deixada pelo pecado no homem, finalizou o padre.
Fonte: Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro (www.arquidiocese.org.br)