Estudo revela que em média, pessoas recebem 36 e-mails, participam de uma reunião e fazem cinco conferências telefônicas a cada dia.
Uma nova pesquisa conduzida pela One Poll, encomendada pela empresa de gestão do trabalho Mindjet, revelou que os trabalhadores britânicos chegam a perder cerca de duas semanas por ano procurando informações que tenham lido em seus e-mails, mas que acabaram perdendo.
Segundo o The Telegraph, foram entrevistadas 2 mil pessoas de vários escritórios do Reino Unido. Em média, os profissionais recebem 36 e-mails todos os dias. Apesar do número ser aparentemente pequeno, essa quantidade de mensagens tem deixado os funcionários sobrecarregados.
Além disso, o trabalhador gasta mais de 21 minutos por dia, procurando por mensagens que chegaram a ver, mas que não conseguem encontrar mais - o que equivale a duas semanas de trabalho por ano. Com base no salário médio, essa busca de dados perdidos gera um prejuízo anual de mais de 1.240 libras (cerca de R$ 3,6 mil) por funcionário.
O estudo ainda mostra que a quantidade de informações recebidas no decorrer de um dia inteiro, afeta negativamente o trabalho, e apenas um terço dos e-mails recebidos pelos empregados britânicos serão lidos.
Entre os entrevistados, um em cada dez afirma que se sente sobrecarregado com a quantidade de informações recebidas, o que prejudica suas funções. Outros dados apontam que os trabalhadores participam, em média, de uma reunião e cinco conferências telefônicas por dia.
De acordo com o consultor neurobiológico Mo Costandi, enquanto o cérebro humano for bem adaptado ao processamento de dados, não há nenhum risco aparente de complicações prejudiciais à saúde.
No entanto, Costandi alerta que esse é um risco que não se deve correr. "Hoje em dia temos a informação de múltiplas fontes, e tentar absorver tudo isso pode ser difícil. A pesquisa aponta que o 'multi-tasking' - quando o cérebro processa mais de uma informação ao mesmo tempo - pode exigir necessidades excessivas em determinadas regiões da mente, de modo a tentar processar a internet, leitura de e-mails, redes sociais e documentos simultaneamente, cada um com dificuldades de serem assimilados."
"Esse estudo revela que não é preciso muito para saber que estamos nos afogando em dados no trabalho. A maneira como temos de trabalhar hoje envolve assimilar informações de muitas fontes, o que só vai aumentar nossa imersão nessa gigantesca era de mensagens", diz Chris Harman, vice-presidente regional da Mindjet no norte da Europa.