O 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação já tem data e local. Será de 27 de outubro a 1º de novembro de 2013, em Natal, no Rio Grande do Norte.
O anúncio foi feito pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, ao declarar encerrado, na noite desta sexta-feira, 22 de julho, o 7º Mutirão, realizado desde o domingo, dia 17, na PUC-Rio.
A sessão de encerramento começou pouco às 20h, no Ginásio da PUC, após uma missa presidida por dom Orani, na capela da universidade. No início da sessão, a Irmã Maria Alba fez breve avaliação do Mutirão.
Uma grande equipe veio da cidade de Natal ao Rio de Janeiro para participar e observar a dinâmica do Muticom, já se preparando para acolher o próximo encontro. O coordenador da equipe, padre Edilson Soares Lopes, assistente eclesiástico da Pastoral da Comunicação de Natal, recebeu das mãos de dom Orani um tablet com todas as informações do 7º Muticom.
“Estamos recebendo com alegria esta função para sediarmos o 8º Mutirão que será na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Somos conscientes de que sediar o Mutirão implica um empenho muito grande e o envolvimento de muita gente”, disse padre Edilson. Ele enfatizou que ter consciência de que a responsabilidade do Muticom é da CNBB e que a arquidiocese de Natal fará tudo pelo êxito do próximo mutirão.
Dom Orani agradeceu aos organizadores do 7º Muticom e recordou o compromisso dos participantes. “Espero que todos levem o entusiasmo e a alegria deste Mutirão para suas comunidades. O que aprendemos aqui reverta para o bem de todos e do anúncio de Jesus Cristo”, sublinhou.
eucarística que encerrou o 7° Mutirão Brasileiro de Comunicação foi presidida pelo arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. Na Igreja do Sagrado Coração, na PUC-Rio, os participantes já sentiam falta das atividades e orações realizadas nos seis dias de evento.
Ao iniciar a missa com vésperas, Dom Orani agradeceu a oportunidade de acolher o Muticom que rendeu muitos frutos. Segundo ele, além dos marcos diferenciais deste mutirão, no sentido de oficinas e conteúdo, também as orações foram constantes. Ele lembrou que as atividades começavam sempre com a oração das Laudes, ao meio dia era transmitido diretamente do Santuário do Cristo Redentor o Ângelus e, o dia era encerrado com a celebração da eucaristia.
Durante a homilia o arcebispo destacou a celebração de Maria Madalena. Segundo ele, quando a Igreja convida para uma nova evangelização, todos que trabalham com a comunicação são chamados a transmitir a alegria da certeza do Senhor ressuscitado. E por isso, o comunicador deve ser uma pessoa feliz.
- Temos a alegria de celebrar essa eucaristia dentro da conclusão do mutirão, celebrando Maria madalena. Cristo vive e nós somos testemunhas. Aquilo que faz com que não desanimemos é justamente o grande envio que recebemos neste mutirão. Nós ouvimos muitas coisas nesses dias, técnicas, mídias sociais, a dificuldades da Igreja na mídia interna e externa. A Palavra de Deus que ouvimos agora nos diz que somos sempre chamados a voltarmos ao inicio, afirmou.
Durante o ofertório, representantes de todas as dioceses do país levaram bandeiras de seus Estados e objetos que representam os meios de comunicação. Ao final da celebração, Dom Orani agradeceu novamente a participação de todos no Muticom e convidou os presentes para a cerimônia de encerramento realizada no ginásio da universidade.
Coletiva Final
Às 16:30h, no bloco Kennedy, da PUC-Rio, aconteceu a última coletiva de imprensa do Muticom. O evento contou com a participação do arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta; do coordenador geral do Mutirão, padre Omar Raposo e do diretor acadêmico do Muticom, professor Miguel Pereira.
Segundo dom Orani, este Muticom foi definido como "democrático com a informação", graças à transmissão via internet de todas as conferências e algumas oficinas. “Além disso, essa reunião de pessoas serviu como facilitador para que acontecese outras reuniões, como a da Signis-Brasil, da Pastoral da Comunicação de vários Regionais e da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação”.
Já o diretor acadêmico do 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação, Miguel Pereira, fez o balanço final, com todos os números do encontro. Segundo informou, foram ao todo 1237 pessoas circulando no campus da PUC-Rio exclusivamente para o Mutirão. “Do número total, 294 eram jornalistas; 540 participantes; 162 estagiários; 124 expositores e 117 professores e conferencistas. Além disso, as oficinas temáticas chegaram a cerca de 80, oferecendo aulas práticas e teóricas sobre as diferentes atividades dos profissionais de comunicação
Especialistas falam da representação da felicidade nos processos comunicativos
Durante a manhã, aconteceu o painel “A representação da felicidade nos processos comunicativos”, com os conferencistas Jurandir Freire Costa, psicanalista e professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); padre Jesus Hortal Sanches, professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio e o sociólogo Marcelo Ramos.
Falando sobre “Autorrealização e o envolvimento com o outro”, o sociólogo Marcelo Ramos destacou uma pesquisa sua chamada “Happiness Brasil: a cultura material da felicidade”. Nesta pesquisa, Marcelo entrevistou homens e mulheres, de 15 a 65 anos de idade, em oito capitais. Ao todo foram 64 participantes. A pesquisa propõe a elaboração de um diário de felicidade. Os participantes registram por escrito e por foto, em três momentos durante um período de um mês. Ao final, o pesquisador e sociólogo se disse surpreso com a pesquisa.
“Com essa metodologia de pesquisa faz com que o pesquisado seja seu cronista. Toma o lugar do antropólogo. O que mais me chamou a atenção foi que a felicidade passa a ideia de que é vendida, e isso me impressionou”, explicou Marcelo Ramos.
O psicanalista Jurandir Freire Costa falou sobre a “Experiência da imanência e da transcendência num mundo diverso e mutante”. Jurandir afirmou que a busca da felicidade está tornando a sociedade atual “paranóica”, sem saber para onde ir ou pra onde chegar.
“A sociedade atual, na busca da felicidade, sofre. Sempre está faltando alguma coisa. Temos uma obsessão cotidiana. Vivemos uma sociedade punitiva, restritiva, depressiva e preconceituosa. Vivemos num tempo sem paixão e compaixão. Vivemos uma sociedade de consumo, que visa o lucro e que é imoral. Estamos vivendo um mundo de leviandade social, de desastres ecológicos, ou seja, estamos dançando a beira do abismo. Temos que começarmos a mudar os paradigmas sociais já”, exclamou o psicanalista.
O professor definiu o termo felicidade em dois aspectos. “A felicidade é material ou palpável e transcendente”.
Além disso, Jurandir Freire afirmou que a busca da felicidade passa pelo transcendente, que é o encontro com Jesus Cristo, e que o papel da Igreja é muito importante nesse processo. “Não há uma fórmula para se chegar à felicidade, mas sei passa pelo gozo interior, espiritual e físico. E nisso a Igreja é fundamental, o contato e a experiência com Cristo”, disse.
Padre Jesus Hortal Sánchez
Com o tema: “A vida como princípio fundamental da dignidade humana”, o padre Jesus Hortal Sánchez fez um paralelo de felicidade encontrado nos livros e escrituras cristãos. Mostrou como são retratadas as formas de felicidade contidas na bíblia e em outros livros.
O teólogo citou por várias vezes o livro do Apocalipse, explicando suas figuras de linguagem, demonstrando que a felicidade está contida, de várias formas, nas mais diversas ocasiões, por piores que sejam.
“A felicidade esta em Cristo Jesus, em Deus, nosso Pai, e na redenção dos justos. A bíblia é um instrumento divino que demonstra que há salvação e, consequentemente, felicidade na busca do transcendente, que é Deus”, disse o padre Jesus Hortal Sánchez.
Uma autêntica comunicação com diversidade e mobilidades
Ganhador do prêmio Margarida de Prata em 1982, entre outros, o filme “Eles não usam black tie”, de Leon Hirsman foi exibido no painel 2, na manhã de sexta-feira, 22 de julho, no último dia do 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação, na PUC-Rio. Baseado na peça do mesmo nome, de Gianfrancesco Guarnieri, o filme retrata a eterna luta do mundo operário por um tratamento digno, que envolve melhores salários e respeito ao ser humano.
No elenco, o próprio autor, além de consagrados nomes como Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Ricelli, Beth Mendes e Milton Gonçalves, esse último, presente nos debates que aconteceram após a exibição. A preocupação com o indivíduo está entre as temáticas presentes no filme, que traz o universo sindical para as telas ao apresentar os conflitos dos operários e seus familiares, traduzido a emoção em estado puro.
A interpretação de Guarnieri, chefe de família e operário da fábrica que entra em greve, é sublime, quando encontra resistência ao passar para o filho valores fundamentais, hoje pouco utilizados, como solidariedade e compaixão.
O ator Milton Gonçalves, que no filme interpreta um dos operários, conversou com os participantes do Mutirão, mediado pelo professor da PUC-Rio, Flavio Kactuz, sobre a peça que originou o filme, e sua formação no Teatro de Arena nos anos 50. Gonçalves contou, com extrema leveza e simplicidade, a sua história de vida: a trajetória após sair do interior de Minas, a passagem no grupo escolar; o incentivo da mãe para aprender através do cinema e a dor de sofrer com o preconceito na nossa sociedade.
Com uma prodigiosa memória, Milton Gonçalves relembrou todas as pessoas importantes em sua trajetória de vida: Augusto Boal, Vianinha, Flavio Migliacio, Otavio Graça Melo,entre outros. Se declarou brasileiro, negro, descendente de africano e arrancou muitos aplausos ao sugerir:
- Temos que invadir todos os lugares, universidades, e colocar lá em Brasília um negro honesto, disse Milton.
O ator foi questionado sobre o limite entre o personagem e a personalidade. Explicou que em todos os personagens busca coerência e que gostaria de levar para o palco o povo brasileiro. Ele lamentou a dificuldade e o custo do filme nos dias de hoje e sublinhou a precariedade das salas de exibição no território nacional diante das novas tecnologias.
Um pouco da história do cinema e do teatro do nosso país foi revivida nessa manhã, através da trajetória da própria vida do ator Milton Gonçalves. Wallace Guedes, da Paróquia São Francisco de Assis, em Comendador Soares, Nova Iguaçu, adorou o painel e estava aflito para levar os conhecimentos adquiridos para a sua comunidade.
-Sou o único representante da paróquia aqui no Mutirão e tenho a responsabilidade de passar tudo para os outros. Parece até que o filme retrata a nossa época, mas foi há 20 anos, exclamou.
O painel revelou a autêntica comunicação de uma vida inteira, com diversidades e muita mobilidade.
Público avalia o 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação
O 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), que ocorreu na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), contou segundo a organização do evento, com a participação de mais 1200 pessoas.
Alguns participantes deram os seus depoimentos à assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Mutirão foi considerado um sucesso, principalmente por conta dos profissionais escolhidos na participação dos painéis e oficinas.
O professor da PUC-Rio, Miguel Gomes, que é um dos organizadores do Muticom, destacou a reação do público que considerou muito boa a estrutura disponibilizada durantes esses seis dias de Mutirão. “Acolhemos gente de todo o Brasil, em vários níveis de conhecimento e de formação. Pra gente da PUC foi um grande prazer recebê-los, além disso, o desafio foi enorme em montar essa estrutura e poder agradar ao visitante. Acho que alcançamos o que nos propusemos fazer e considero que foi muito bom o 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação”, destacou.
A fonoaudióloga e participante da Pastoral da Juventude de Nova Iguaçu (RJ), Priscila Arruda, diz que sentiu falta de algumas atividades ou oficinas práticas, como por exemplo, rádio, web ou TV, mas que de forma geral, o Muticom superou suas perspectivas. “Foi muito bom”, falou.
Para o padre da diocese de Taubaté (SP), Jaime Lemes, a experiência do Muticom foi “muito rica”. “As exposições durante os painéis, a partir do tema proposto para o 7º Muticom, 'Comunicação e Vida: Diversidade e Mobilidades', foram bastante profundas e provocativas. Os painelistas souberam discutir a temática com clareza e dinâmica, de modo que mesmo os assuntos mais complexos não ficaram massantes. As oficinas foram momentos oportunos de aprendizado prático e de troca de experiências. De fato, todo o evento proporcionou a vivência da comunhão-comunicação na diversidade, com a participação de pessoas de todas as partes do Brasil, com as suas experiências de fé e de comunicação no serviço ao reino de Deus. Valeu apena! Espero que todos tenham tirado muito proveito”, disse.
“Participar do Mutirão Brasileiro de Comunicação enriquece o processo comunicativo iniciado na nossa diocese, Guanhães (MG). Os painéis, conferências e as atividades culturais do Muticom trouxeram novidade para o dia a dia do serviço da pastoral da comunicação”, destacou Luís Carlos Pinto, agente da Pastoral da Comunicação de Guanhães (MG).
O jovem Darlei Alves, da diocese de Três Rios (RJ), deixou uma sugestão aos organizadores do próximo Muticom, que será em Natal (RN), em outubro de 2013. “Este encontro foi muito bom, mas a divisão de horários deve ser repensada por conta das ótimas palestras e oficinas, que muitas vezes acontecem simultaneamente em vários lugares”.
Já Marlene Medeiros, de Palmas (TO), ficou “encantada” com toda a estrutura oferecida pela PUC-Rio. Além disso, ela elogiou a abordagem comunicacional proposta por esse Mutirão. “Descobri aqui no Rio de Janeiro uma nova forma de fazer comunicação. Graças ao Muticom, aprendi muita coisa que me fará colocar em prática novas formas de comunicar e de mostrar as atividades de minha diocese”.
Secretários paroquiais: Embaixadores da Igreja
No último dia do 7˚ Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), a oficina “Secretarias acolhedoras e eficazes” foi uma das que teve maior destaque. Direcionada para secretários e secretárias paroquiais, o encontro foi ministrado pelo Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Paz, Vigário Forâneo do Vicariato Sul e Professor da Escola de Fé Luz e Vida, Padre Ramon Nascimento da Silva.
Com o objetivo de refletir sobre o trabalho já desenvolvido e formar os profissionais que trabalham nas secretarias paroquiais, a oficina contou com a participação de pessoas de vários Estados do Brasil, inclusive do Bispo da Diocese de Guarapuava, no Paraná, Dom Antônio Wagner da Silva.
Durante sua exposição, Padre Ramon falou sobre o atendimento ao público, as dificuldades e vícios, e a ação correta que um bom secretário deve ter. Além disso, o Sacerdote explicou como deve ser feita a confecção e o arquivamento de documentos paroquiais e de processos matrimoniais.
Segundo Padre Ramon, o secretário(a) paroquial é responsável pela promoção da interação entre as pastorais e movimentos, e entre a Igreja e o povo. Para o Sacerdote, os profissionais da área devem ter a consciência de que já não representam a si mesmos, mas a Igreja.
- O secretário e a secretária devem ter identificação com a fé, pois eles trabalham com o Sagrado. Eles têm um peso para a comunidade e são embaixadores da Igreja, principalmente do Padre, pois representam toda uma paróquia, uma comunidade, afirmou Padre Ramon.
Seguindo a proposta do tema do Muticom, de se falar e trabalhar a comunicação de uma forma mais ampla, percebendo sua diversidade e pensando nas mobilidades, a formação e capacitação para os secretários(as) é um grande desafio, pois eles são os primeiros a realizar a comunicação com as pessoas que procuram a Igreja.
- É um grande desafio estar aqui palestrando para os secretários e as secretárias paroquiais, porque é uma tentativa de a gente ajudar exatamente aquelas pessoas que têm a função de comunicar no primeiro momento. E nós estamos aqui, nesse desafio, também para aprender, porque quando nós vamos falar para os outros, nós aprendemos muito mais. Essa oficina é um convite para a gente despertar para essas coisas e ajudar os outros a melhorar o seu serviço, disse Padre Ramon.
Seguindo a orientação do Sacerdote, que durante a oficina falou que os secretários(as) paroquiais devem conhecer a Catequese da Igreja Católica e o Código de Direito Canônico, os participantes sugeriram que seja realizado um curso a nível arquidiocesano para uma formação mais ampla e específica sobre os documentos, confirmando assim um dos objetivos do 7˚ Muticom, gerar interação, comunicação e conhecimento.
Fonte: CNBB / Arquidiocese do RJ
Matéria reproduzida do site: http://www.portalum.com.br