INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Olá amigos,

Esse blog é um espaço para a divulgação de notícias de uma forma geral envolvendo todo tipo de matéria sobre a comunicação e marketing católico.

Nos propomos a pesquisar tudo o que existe de matérias sobre a comunicação e marketing católico na web e em outras fontes de comunicação, concentrando-as nessa ferramenta que agora estamos disponibilizando, de forma a facilitar a pesquisa e coleta de informações pelas PASCOM de todas as Paróquias espalhadas pelo Brasil afora. Será também um espaço para divulgação de notícias das próprias PASCOM.

Dessa forma, esperamos que seja um meio onde se poderá encontrar, num só lugar, qualquer matéria publicada que envolva a comunicação e marketing dentro da nossa querida Igreja Católica.

Ajude-nos informando sobre suas atividades, eventos, seminários, encontros, retiros etc, que envolvam os meios de comunicação dentro da sua Paróquia, Vicariato ou Diocese.

Vamos à luta, com a graça de Deus e a força do Espírito Santo, pois COMUNICAÇÃO É EVANGELIZAÇÃO !

Por: José Vicente Ucha Campos

Contato:
jvucampos@gmail.com

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Como evangelizar hoje através das mídias digitais?

Essa é a pergunta de partida para a análise é de James Martin ,SJ, editor de cultura da revista dos jesuítas dos EUA, “America”.

O artigo é uma adaptação de um discurso proferido pelo autor no Dia Mundial das Comunicações de 2010, promovido pela Diocese de Brooklyn.
O termo da indústria para o apelo de um site da Internet é “pegajoso”. Os visitantes (ou os “olhos”) grudam em um site se ele for interessante, vivo, útil, provocativo e atraente em geral. Por outro lado, a “taxa de rejeição” se refere à frequência com que os visitantes iniciais navegam para fora de uma página a um site diferente. Ser “pegajoso” é bom; “saltitante” é ruim.
Quão saltitantes ou pegajosos são os sites católicos? Mais amplamente, como a Igreja está usando as mídias sociais e digitais em sua missão de espalhar o Evangelho? Uma vez que “a Igreja” pode significar muitas coisas, vamos estreitar o tópico: como aqueles que trabalham nas organizações da Igreja deste país estão usando as mídias socias e digitais?
Primeiro, as boas notícias. Nestes dias, quase todas as organizações e dioceses católicas e a maioria das paróquias têm uma firme presença na Web. Disponíveis tanto aos devotos quanto aos duvidosos, esses sites são repositórios de informações úteis. Pode-se verificar editoriais no jornal diocesano, acompanhar o blog do padre (e ler sua última homilia), fazer doações a uma instituição de caridade católica favorita e verificar os horários das missas.Um site atualizado é uma necessidade tão grande hoje quanto um boletim paroquial semanal (ou como costumava ser).
Mais boas notícias: a Conferência dos Bispos dos EUA obteve um grande sucesso no mundo das mídias sociais. Ela possui mais de 29 mil “fãs” no Facebook, onde a conferência às vezes promove concursos de conhecimentos gerais e onde os fãs usam a página para discussões animadas. A conferência também mantém o seu próprio canal noYouTube e frequentemente atualiza seu Twitter.
A má notícia é que diversos sites católicos não têm imaginação, são difíceis de navegar, cheios de links mortos .. No mundo impresso, os editores de revistas são encorajados a redesenhar suas publicações a cada cinco anos. Na Web, a reinvenção acontece mais frequentemente. Se o meio é a mensagem, então a mensagem é que a Igreja muitas vezes é uma retardatária. Mais lamentável do que a aparência é o conteúdo: enquanto os sites da Igreja são repositórios de informação, eles também não são nada mais do que isso muitas vezes. Embora os horários de missa e as informações para doações sejam importantes, um bom site requer mais do que apenas fatos crus. Como os filósofos poderiam dizer, essas são condições necessárias mas não suficientes para a “pegajosidade”.
Grande parte dos bons sites são atualizados diariamente. Se eles querem olhos jovens, então isso é feito várias vezes ao dia. E bons administradores da Web postam não apenas textos, mas também vídeos, podcasts, apresentações de slides e conversas interativas. Senão, ele ou ela não deveriam se surpreender com uma falta de visitantes. Aqueles que se perguntam se é realmente possível atualizar sites diariamente fariam muito bem em lembrar que há muita coisa acontecendo na nossa Igreja. Por isso, não é difícil ser criativo: aponte para os espectadores notícias internacionais da Igreja que de outra forma eles não veriam; faça upload de vídeos de palestrantes católicos; link artigos das suas revistas católicas favoritas (dica); indique novas (ou velhas) obras de arte católicas; e poste a última nota de imprensa do Vaticano.

Muito ocupado?

Muitos funcionários da Igreja podem dizer: “Você está louco? Eu estou muito ocupado!”. Mas não atualizar é como ter um microfone na paróquia que não funciona. Um padre ou um diácono poderiam fazer homilias que coloquem São João Crisóstomo no chão, mas, se ninguém pode ouvi-las, para quê servem? Da mesma forma, se as organizações eclesiais não mantêm um site ou blog vivo, poucas pessoas – especialmente os jovens, que obtêm suas informações digitalmente – irão visitar esses sites e ouvir a mensagem da Igreja, ou mesmo se importar se a Igreja está falando.
De volta às boas notícias: a Igreja oficial entrou no ritmo na blogosfera. O arcebispoTimothy Dolan, de Nova York, bloga religiosamente (trocadilho intencional). O mesmo é feito pelo cardeal Sean O’Malley, OFMCap, de Boston, que complementa seu blog com fotos. A blogosfera é um lugar natural para comunicadores articulados, e há muitos deles na Igreja. Mas os blogs apresentam desafios significativos, como encorajar o diálogo entre os leitores e a construção de uma espécie de comunidade virtual. Dê uma olhada em alguns blogs diocesanos e observe quantos comentários existem: muitas vezes o número é zero.

Por que zero? Muitas vezes, porque o blogueiro posta e depois vai embora. Parafraseando o comentário deTruman Capote sobre Jack Kerouac, isso não é blogar, isso é publicar. Responder aos comentadores incentiva mais pessoas a ler, a postar e a discutir. Essa prática não existe sem seus próprios perigos. É fácil se atolar em e-batalhasteológicas obscuras.
Aceitar e publicar comentários, mesmo aqueles que não se alinham ao ensinamento da Igreja, é outro desafio que exige – além da catequese paciente – a caridade constante. Ainda mais caridade é necessária quando os comentários se tornam ad hominem [contra a pessoa]. In omnibus caritas [em tudo, caridade], como o Beato João XXIII gostava de dizer. É fácil de dizer, mas é difícil fazer quando alguém diz que você é um idiota, um herege (ou ambos), ou que você deveria ser, como alguém disse recentemente a mim de verdade, sumariamente laicizado.

Duvidando dos “odiadores”

Uma área onde a relação da Igreja institucional com a mídia digital está se dando mal é na sua própria leitura de blogs. Podemos prestar muita atenção àqueles que são chamados de “odiadores”. Não poucos bispos, administradores, teólogos, pensadores, escritores, padres, irmãos e irmãs católicos têm sido vilipendiados sem nenhuma boa razão em blogs católicos, cuja razão de ser é policiar, condenar e atacar. Alguns sites parecem ter se configurado como um magistério baseado na Internet, mesmo quando os inquisidores têm pouco ou nenhuma perspicácia teológica. Afinal, na Internet, ninguém sabe que você não é Hans Urs von Balthasar.
Às vezes, esses ataques pingam por toda a Web e encontram seu caminho à escola católica onde os alvos dos ataques trabalham, à universidade onde eles ensinam ou à diocese em que eles ministram. Portanto, uma ressalva: não acredite em tudo o que você lê na blogosfera. Lembre-se que os autores de alguns blogs chamados católicos nem sempre são confiáveis. É melhor checar com o sujeito do ataque.

Linguagens e modalidades

Voltemos a como a Igreja pode utilizar melhor as mídias digitais para difundir o Evangelho. Com relação às mídias (um pouco) mais recentes, a Igreja ainda está brincando de esconde-esconde. Isso é compreensível: os funcionários da Igreja são pessoas ocupadas. Mas a falta de atenção pode dar a impressão involuntária de que a Igreja considera o Facebook, o YouTube e o Twitter como algo abaixo deles ou inerentemente risível. “Você tuíta?”, perguntou-me um padre recentemente. “Para quê?”. Quando eu lhe disse que eu posto homilias de 140 caracteres todas as manhãs, ele revirou os olhos.
Minha resposta foi esta: a Igreja quer seriamente chegar aos jovens? Refiro-me a pessoas que são realmente jovens – não apenas abaixo dos 50, mas com menos de 25 anos – homens e mulheres jovens na faculdade ou no ensino médio. A Igreja anseia por chegar aos jovens, mas ela está disposta a falar não apenas na linguagem dos jovens, mas nos modos que eles costumam falar? Ou será que a Igreja espera que eles venham até ela e falem, por assim dizer, em sua própria linguagem?
Jesus, aliás, pediu que seus seguidores fossem até os confins da terra, e não apenas aos lugares em que eles se sentissem confortáveis. E Jesus não se sentou ao redor de Cafarnaum esperando que as pessoas fossem a ele. Às vezes, as pessoas iam à casa onde estava hospedado. Mais frequentemente, ele ia até elas. E, mais importante, Jesus falou em uma linguagem que as pessoas compreendiam e usou a mídia que as pessoas achavam acessível.
Usndo um modo de comunicação especificamente projetado para atingir seu público, as parábolas de Jesus eram histórias vívidas que ele tirava da vida cotidiana – contos simples sobre agricultores que plantam sementes, mulheres que varrem suas casas, um homem que é espancado por ladrões – e entendia facilmente as histórias da natureza – um grão de mostarda, lírios, pássaros, nuvens. Jesus falava a linguagem do povo do seu tempo, usava exemplos das suas vidas cotidianas e oferecia tudo isso de um modo que eles apreciavam. Ele não tinha medo de ser visto como indigno ao falar sobre lugares comuns como sementes de mostarda ou ovelhas. O Filho de Deus não via isso como algo abaixo dele. E, se ele não considerava o fato de falar em estilos familiares como algo indigno, então por que nós deveríamos?
O administrador pastor ou bispo da Igreja verdadeiramente criativo pode até pensar para além dos modos atuais e no campo que emerge mais rapidamente em termos de oportunidade digital: as comunicações móveis, o desenvolvimento de aplicativos móveis e de aplicativos projetados especificamente para computadores tablet (como o iPad).

As aves do céu

Em todos os tempos, a Igreja usou todas as mídias que estavam disponíveis para espalhar a boa nova. Jesus usou parábolas tiradas da natureza e da vida cotidiana; São Paulo usou cartas para chegar aos primeiros cristãos; Santo Agostinho praticamente inventou a forma da autobiografia; os construtores das grandes catedrais medievais usaram pedra e vitrais; os papas da Renascença usaram não apenas bulas papais, mas também afrescos coloridos; Hidegard de Bingen, alguns dizem, escreveu uma das primeiras óperas; Santo Inácio de Loyola incentivou os primeiros jesuítas a escrever e a publicar panfletos; e os primeiros jesuítas usaram o teatro e a dramaturgia para apresentar a moral em encenações para vilarejos inteiros; Dorothy Day fundou um jornal; Daniel Lord, SJ, entrou para o rádio;Dom Fulton Sheen usou a televisão com um efeito deslumbrante; e agora temos bispos e padres, irmãs e irmãos e líderes católicos leigos que blogam e tuítam.
Nenhum meio está abaixo de nós quando se trata de proclamar o Evangelho, especialmente aos jovens. Isso inclui sites, mas também todas as mídias sociais e digitais. Que triste seria se não usássemos as ferramentas mais recentes à nossa disposição para comunicar a palavra de Deus.
Se Jesus podia falar sobre as aves do céu, então nós seguramente podemos tuitar.
Fonte: Site da Comunidade Shalom - Blog Carmadélio