INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Olá amigos,

Esse blog é um espaço para a divulgação de notícias de uma forma geral envolvendo todo tipo de matéria sobre a comunicação e marketing católico.

Nos propomos a pesquisar tudo o que existe de matérias sobre a comunicação e marketing católico na web e em outras fontes de comunicação, concentrando-as nessa ferramenta que agora estamos disponibilizando, de forma a facilitar a pesquisa e coleta de informações pelas PASCOM de todas as Paróquias espalhadas pelo Brasil afora. Será também um espaço para divulgação de notícias das próprias PASCOM.

Dessa forma, esperamos que seja um meio onde se poderá encontrar, num só lugar, qualquer matéria publicada que envolva a comunicação e marketing dentro da nossa querida Igreja Católica.

Ajude-nos informando sobre suas atividades, eventos, seminários, encontros, retiros etc, que envolvam os meios de comunicação dentro da sua Paróquia, Vicariato ou Diocese.

Vamos à luta, com a graça de Deus e a força do Espírito Santo, pois COMUNICAÇÃO É EVANGELIZAÇÃO !

Por: José Vicente Ucha Campos

Contato:
jvucampos@gmail.com

quarta-feira, 11 de março de 2015

QUERIDA IGREJA, NÃO SE ESQUEÇA DA REVOLUÇÃO DIGITAL

HJ Media Studios/Nick Royer


Você já percebeu que, enquanto você lê este texto, você está envolvido em algo que transformou a Igreja de maneiras que eram impossíveis de imaginar apenas alguns anos atrás?

Agora, antes de dizer "que pergunta boba", ou "quem esse cara pensa que é?", pense sobre isso: de acordo com o cabeça do Google, Eric Schmidt, sete bilhões de pessoas, partindo dos dois bilhões de agora, estarão acessando a internet, principalmente por meio de dispositivos portáteis – smartphones e tablets – dentro de cinco anos.
Ora, todos sabemos que as pessoas usam a internet para muitas coisas diferentes – acesso a bancos, reuniões, conversas, pornografia etc. Mas já tivemos casos em que a interatividade na web trouxe mudanças políticas, como vimos na Primavera Árabe.
O que é realmente novo sobre o que o acesso à internet significará para a próxima geração é que lhes permitirá interagir diretamente com outras pessoas que compartilham interesses comuns – mídias sociais. É o meio que permitirá a interatividade em uma escala nunca vista na evolução humana.
Como o último Papa disse, a internet é o novo ponto de encontro – o ágora. É o lugar em que as mensagens podem ser transmitidas. Para participar disso, é preciso que os líderes da Igreja mudem de mentalidade, pois estão acostumados a ser ouvidos. As mídias sociais são agora a ferramenta para ouvir os batimentos cardíacos da Igreja. Ignore-as e você será ignorado.
Paradoxalmente, sua capacidade de provocar mudanças é maior em sociedades fechadas, que se iludem com a crença de que podem controlar o fluxo de informações e conter a interação. As frustrações são mais altas entre pessoas que são impedidas de fazer o que querem.
E as pessoas que estão frustradas sempre encontram uma saída, um jeito de atravessar os muros – o que, no mundo cibernético, chamamos de firewalls. Isso pode ser feito se você souber como. Basta olhar para o caos que os chineses estão causando aos serviços de inteligência australianos e americanos. Os chineses querem saber o que os americanos estão fazendo!
Que diferença isso vai fazer para os católicos e para a Igreja, quando mais de dois terços da população do planeta estão interagindo no ciberespaço? E, antes de descartar a minha pergunta, basta considerar que, a cada passo da civilização, é a tecnologia que tem impulsionado as mudanças, não apenas econômicas, mas também culturais. Isso acontece desde a invenção da roda até a criação das viagens aéreas.
E o que estamos presenciando é o crescimento exponencial da capacidade de indivíduos comuns – até sete bilhões deles – de compartilhar a tecnologia de distribuição de informação e interação. Esta não é apenas uma mudança técnica, mas o gatilho para uma mudança cultural que sempre foi o cavalo de Troia no advento da web: o poder da interatividade e da democratização do acesso à informação e formação de opinião.
A mudança cultural é o que contribuiu ou prejudica a capacidade da Igreja de anunciar o Evangelho de forma atraente e persuasiva. E o nosso histórico não é grande a esse respeito.
Levou 150 anos para que as autoridades do Vaticano despertassem para a invenção da imprensa por Gutenberg. Foi Lutero quem viu o seu potencial, traduziu a Bíblia do latim para as línguas nacionais e colocou a Palavra de Deus nas mãos de qualquer pessoa que pudesse lê-la. Por esta e outras razões, a reforma protestante fluiu.
Na Ásia, um dos continentes onde a Igreja Católica está crescendo, estamos familiarizados com o impacto da mudança cultural e sua relevância para a missão da Igreja.
A missão da Igreja de anunciar a mensagem de Jesus nunca foi tão bem sucedida desde o fim da era colonial, em meados do século passado. Tornando-se suas próprias nações, as sociedades asiáticas e suas igrejas católicas não tiveram de carregar o fardo de ser vistas como uma importação europeia. Muitas assumiram formas, linguagens e costumes próprios das pessoas de cada país e nacionalidade.
Mas agora, até 2018, o cenário das comunicações da Ásia será transformado por aquilo que a internet pode oferecer através de smartphones e tablets baratos. A interatividade vai ter um impacto tão grande na Ásia, que as nações anteriormente estruturadas de maneira hierárquica e controlada estarão sob ataque, algo que nunca enfrentaram antes – partindo de dentro.
Esta é, claro, a razão pela qual países como Vietnã, China e Mianmar exercem uma vigilância mais intensa sobre o que suas populações acessam e bloqueiam qualquer coisa que a autoridade central considera ser uma ameaça. Mas as pessoas são mais inteligentes do que as burocracias e os policiais cibernéticos pensam que são.
A oportunidade mais imediata e óbvia para a Igreja é levar a sério o conceito que o Vaticano II expôs de Igreja como Povo de Deus, e não definir a Igreja começando com a hierarquia.
Quer você goste ou não, e se é uma melhoria ou uma deformação, a internet significa que todos têm a oportunidade de passar por uma autoridade para propor suas ideias, para unir ou dividir comunidades e nações. A capacidade de publicar e interagir, e vencer e convencer populações inteiras agora está nas mãos de quem quiser aproveitá-la – para o bem ou para o mal.
Perdendo de vista esta mudança de estilo e substância na cultura criada pela web, a Igreja causaria um dano duradouro a si mesma.
Claro, a interação virtual não substitui o encontro face a face na vida da Igreja. Assim como você pode fazer amigos online, ninguém desenvolve relacionamentos reais a menos que haja contato ao vivo. Até um namoro online não chega a lugar nenhum sem que haja encontros reais. Com a Igreja, acontece a mesma coisa.
Mas as próximas gerações de católicos não transmitirão a palavra de autoridades só porque são autoridades. A próxima geração de líderes da Igreja terá de ser hábil em oferecer convites e ser persuasiva, ao invés de acreditar que a conformidade com suas diretrizes virá simplesmente em virtude de seu cargo.
No entanto, há um lado positivo. Com tantos católicos online na Ásia, o que ligava as pessoas às paróquias no passado (confrarias, grupos de oração, serviço social, administração, escolas e muitos mais) terá mais uma forma: a conexão virtual e interativa contínua.
Um historiador francês, Charles Péguy, disse, no início do século passado, que, na virada de cada época, a Igreja "chega um pouco tarde e um pouco sem fôlego". Desta vez, o que pode ser feito com as mudanças no ciberespaço só está restrito pela nossa forma de limitar as possibilidades.
Por: Michael Kelly, sj

Fonte: Aleteia